Como planejar as despesas de Natal e final de ano

Como comprar tudo que se planejou para o Natal e final de ano, sem ficar devendo? A resposta é simples, embora a receita nem sempre satisfaça os desejos dos envolvidos - basta:

  1. planejar para gastar apenas aquilo que estiver disponível, e
  2. seguir o planejado - tanto no lado das disponibilidades como no dos gastos.

Nem sempre é fácil, certo?

Antes de prosseguir com esta visão quase contábil, vale lembrar que os significados do Natal e do final de ano são muito mais profundos do que a idéia de grande festa do consumo que a publicidade nos oferece. Mas diversas questões culturais fazem boa parte das famílias se verem compelidas a gastar bastante neste período, com presentes de Natal, festividades, férias, passagens, aluguel de casa na praia... Despesas intermináveis!

Sem esquecer, naturalmente, das despesas típicas de janeiro: matrículas, impostos sobre imóveis, sobre veículos e tantas outras.
 

Comemorar a vida não precisa custar nada, mas geralmente custa

Você celebra o Natal, Hanukkah ou Festivus? Se sim ou se não, o final do ano acaba sempre tendo muitas ocasiões para celebrar a vida, a família e a expectativa de um futuro melhor.

E o melhor de tudo é que não custa absolutamente nada comemorar o que de bom a vida nos traz.

Estamos na metade de novembro, falta um mês para o ápice deste consumo. Você já está se preparando? Ou vai colocar tudo no cartão de crédito com os olhos fechados e se preocupar com isso só em janeiro?

Em anos anteriores publiquei, com sucesso, artigos com dicas sobre como evitar as conseqüências do consumo desenfreado ou sem planejamento nessa ápoca. Como a situação é cíclica, vamos revisitar o tema, trazendo novamente à pauta algo que pode ajudar você a repensar a forma como vai realizar suas despesas extras do período.

E renovo o convite: se vamos consumir, façamos um esforço consciente para gastar nosso dinheiro de forma inteligente. E, se possível, para ter de onde tirar este dinheiro sem se endividar de forma impensada, como veremos a seguir.
 

Planejando o fluxo de caixa do final do ano

Fluxo de caixa é o registro (ou a projeção) dos valores de caixa recebidos e gastos durante um período de tempo definido. É um dos instrumentos de controle mais efetivos sobre a gestão do dia-a-dia dos recursos financeiros.

E planejar seu fluxo de caixa para situações de curta duração, como as despesas de dezembro e janeiro, é bem simples.

Veja como fazer, passo por passo:

  1. Calcular o saldo inicial
    O primeiro passo é o mais importante: descubra quanto dinheiro você pode gastar, e comece a contabilizar este saldo. Considere o valor que tem disponível hoje para este tipo de despesa, o décimo-terceiro, o eventual adiantamento de férias que vai receber em janeiro, etc. Você provavelmente vai perceber que tem menos dinheiro disponível do que gostaria - mas é melhor perceber isso bem cedo, porque aí você pode se dedicar melhor ao passo seguinte, que é...
     

  2. Identificar e priorizar os gastos
    Quanto antes você fizer isso, melhor. Encontre tudo que você vai precisar fazer com este seu "Fundo Especial de Final de Ano". As festas de fim de ano, os presentes, as viagens, a matrícula na escola para o ano que vem, aquela reforma que estava sendo adiada...

    Coloque tudo em ordem de prioridade, e faça um exercício de reflexão: mais vale investir em uma árvore de Natal externa decorada para impressionar os vizinhos, ou dar presentes caros para os filhos do cunhado para impressionar a sogra? Se você refletir racionalmente, decorará o interior da sua casa e dará presentes legais a quem você realmente gosta.

    Mas sob o ponto de vista do seu fluxo de caixa, o essencial é saber quanto vai precisar gastar, e sincronizar estes gastos com as entradas no caixa - deixe para comprar as passagens ou os presentes de Natal mais caros só depois de receber o 13o., por exemplo. E reserve dinheiro para aquilo que não é opcional, como as matrículas do colégio ou o conserto na vedação da janela do carro que você adiou desde o carnaval passado!
     

  3. Ajustar os gastos previstos ao orçamento disponível
    Essa é meio óbvia, mas quanta gente deixa de fazer? É possível que você descubra que com o dinheiro disponível, não vai dar para comprar o Playstation 3, o notebook e ainda viajar para 30 dias na praia, a não ser que você deixe de matricular as crianças na escola, ou se endivide profundamente com o cartão de crédito e mais o cheque especial. Não faça isso! Troque o Playstation 3 e o notebook por um upgrade do PC da casa, e viaje por apenas 10 dias, sem se sujeitar a pagar os juros abusivos do seu cheque especial. Quanto aos presentes, saiba definir qual fatia do orçamento será dedicada a eles. (teremos outro artigo só sobre isso ainda nesta semana!)
     

  4. Procurar liberar mais orçamento
    Quem sabe se você deixar de realizar alguns outros gastos eletivos programados para novembro, dezembro e janeiro, sobrará mais dinheiro para passar uma semana extra na praia? Uma ceia mais econômica (mas não menos saboroso), a troca do plano de TV a cabo por um mais básico, deixar de comprar um vestido, parar de almoçar no shopping e comprar revistas que não são bem aproveitadas, ou reduzir os telefonemas para celular, sozinhos, podem não fazer efeito suficiente. Mas se a família inteira fizer, motivada pela possibilidade de um final de ano mais caprichado, pode ajudar.

    Claro que reduzir as despesas não é a única forma de aumentar seu orçamento: se você tiver como alcançar alguma renda extra neste período (e oportunidades de trabalho temporário no comércio e no setor de serviços não faltam), pode valer a pena.
     

  5. Pesquisar preços
    Na hora de executar as despesas planejadas, não se afobe. Pesquise, compare, encontre a melhor opção. Especialmente quando se trata dos presentes de Natal, quando você sempre tem a opção de deixar de comprar, e simplesmente substituir por outro produto.

Lembre-se de quem tem menos do que você

Esta é uma época de solidariedade e união. As circunstâncias acabam colocando no seu caminho muitas oportunidades para ajudar pessoas que têm muito menos do que você. Sejam quais forem as suas crenças, saiba aproveitar estas oportunidades.

Não vou fazer campanha por aqui - não é difícil encontrar este tipo de iniciativa, se você quiser procurar. Mas achei importante incluir esta lembrança no texto, para lembrar que a essência dessa época não pode ser o consumo.

Lave, enxágüe e repita

Muda a motivação, mas não mudam os processos. Se você conseguir colocar em prática as dicas acima - que não têm nada do outro mundo, é apenas bom senso - que tal transformá-las em hábito?

Sobrar mais dinheiro ao fim de cada mês para aplicar no que realmente é importante também é um instrumento para mais Efetividade na sua vida ;-)

Leia também:: Economia doméstica: Está sobrando mês no fim do salário?

Comentar

Comentários arquivados

Artigos recentes: