Smartphone na sala de aula

Estudantes que usam bem os seus smartphones ou celulares com acesso à Internet têm sempre à mão um instrumento importante para reduzir o esforço e aumentar o aproveitamento dos seus cursos.

Se você está cursando a faculdade ou pós-graduação geralmente não precisa se preocupar com a permissão de usá-lo em classe, mas alunos das série anteriores ou de professores peculiares podem precisar ser os agentes de mudança que permitirão, com a justificativa da utilidade (e preservando o direito de o professor disciplinar abusos), fazer com que smartphones e tablets passem a ser considerados materiais de uso escolar também, como este estudante que "conseguiu autorização da coordenação" para usar tecnologia móvel a seu favor na sala de aula.

A variedade de opções em aplicativos de smartphones que podem ser úteis para o estudante é tão grande que me impede até de tentar esgotar todas: selecionei apenas as 6 que mais uso, e deixo a questão aberta para vocês complementarem nos comentários - havendo respostas interessantes, em uma semana complementarei o artigo com as sugestões de vocês.

E não precisam se restringir às categorias que eu mencionei abaixo - há categorias bem mais criativas, como ajustar o ciclo do sono, ler documentos e ebooks, fazer mapas mentais, auxílio à memorização, e tantas outras.

Por enquanto, ficamos com as 6 dicas que selecionei, e que podem criar o arsenal básico do estudante conectado!

A câmera do seu telefone

A câmera do celular pode ser a melhor amiga do estudante. Embora não substitua boa anotações, ela pode complementá-las muito bem, na forma de:

  • uma foto tirada estrategicamente do quadro no momento em que o professor acabou de demonstrar sua conclusão ou registrar quais datas e assuntos vão caber a cada equipe no trabalho em grupos, ou
  • da URL do site que o professor mostrou usando o projetor, ou
  • do caderno do seu colega que tomou nota de uma observação importante que você não conseguiu compreender e vai pesquisar mais tarde em casa, ou
  • da página crucial do material do curso que circulou pela sala mas só há um exemplar disponível.

Lembre-se sempre de verificar que você tem autorização para fazê-lo, especialmente quando houver questões de direito de imagem (fotos de pessoas) envolvidas. E desligue o flash e o som da câmera do celular, para não passar uma impressão completamente errada!

Para as fotos de material apresentado em aula ou do quadro, embora - ao contrário do que muitas vezes os cursinhos informam a seus alunos - a Lei 9.610 garanta (Art. 46, IV) que não constitui ofensa aos direitos autorais "o apanhado de lições em estabelecimentos de ensino por aqueles a quem elas se dirigem", sem mencionar distinção de meios (ou seja: por escrito, imagem, áudio, etc.) e proibindo apenas a sua publicação (mesmo que parcial), não vale a pena discutir em sala de aula com um professor se ele negar esse direito - o melhor é levar a questão diretamente à coordenação, preferencialmente por escrito, solicitando a observância deste direito sem necessariamente mencionar negações previamente ocorridas, assinada por múltiplos alunos, e solicitando no protocolo a confirmação de recebimento em uma cópia integral.

Centralizando as anotações no Evernote

No ano passado eu consultei os leitores sobre quais as suas ferramentas preferidas para anotações e referências e, embora papel e caneta tenham sido campeões, o software Evernote foi o melhor colocado entre as alternativas virtuais.

Ele está disponível para iPhone, iPad, Android, Blackberry, Palm e Windows Mobile, além de versões na web e em computadores com Mac e Windows - e se encarrega de automaticamente sincronizar os dados do seu computador com os do seu smartphone, via Internet, sem ter de conectar cabos USB ou algo assim.

Além dessa qualidade de poder acessar os dados em qualquer lugar, ele permite capturas variadas: uma foto, uma anotação rápida, um texto colado da web, uma URL, e assim por diante - e você pode facilmente categorizar e agrupar essa informação, e realizar buscas sobre elas.

Eu sou fã de manter minhas próprias anotações em papel, mas o Evernote me permite não ter de levar comigo os papeis que outros me entregam - se o curso dá apostilas ou folhetos, eu fotografo ou procuro a versão em PDF, arquivo no Evernote, e sei que ele estará lá quando eu precisar dele, seja no celular durante uma aula ou no computador quando for hora de estudar ou produzir algo.

E mesmo no caso das anotações em papel, o Evernote também me ajuda: se anoto algo em folhas soltas, simplesmente tiro uma foto ao final e arquivo diretamente na categoria correspondente no Evernote, e posso jogar fora para reciclagem a folha solta original, que não vai ficar amarrotando no bolso até ficar ilegível.

Instapaper & Read later

Muito do que estudamos hoje é on-line a partir de material disponível na web - mas quando nos esforçamos para manter o foco naquilo que precisamos fazer neste momento, as divindades que regulam a vida digital se alvoroçam e começam a colocar em nosso caminho muitos outros textos que sabemos que também podem nos interessar, mas que simplesmente não temos tempo de ler agora.

A minha solução para isso é o Instapaper, um serviço on-line que cria um favorito com o nome de "Ler depois" ("Read later") no seu navegador, e associa a você. Sempre que a situação acima acontecer, basta clicar no "Ler depois", e pronto - não precisa catalogar, não aparece outra janela, nada precisa ser preenchido - pode até fechar a janela imediatamente.

No momento em que você quiser ler os textos que marcou assim, basta entrar no site do Instapaper e o texto completo dele estará lá, juntamente com um link para o original.

Usuários do iPhone têm direito a um luxo adicional: instalar no celular uma app que, a cada vez que você a usa, carrega para a memória do aparelho os textos que você marcou para ler depois. Assim você poderá lê-los, na telinha do celular, mesmo quando estiver offline.

Existem outras ferramentas para tarefas similares, portanto recomendo uma visita ao artigo anterior "Gerenciamento de leituras pendentes: as ferramentas preferidas dos leitores".

Mantendo o controle da lista de tarefas

Essa é uma área em que os smartphones brilham, e até os celulares mais simples muitas vezes permitem agendar compromissos e tarefas, e tocar um alarme na hora certa para você não esquecer.

São tantas opções, que não vou me arriscar a apontar uma como a melhor de todas - recomendo apenas uma boa olhada no artigo anterior "Gerenciamento de tarefas e pendências: as ferramentas preferidas dos leitores do Efetividade" para você fazer uma boa escolha, se ainda não tiver preferência formada.

Mas a vida escolar gera tantas tarefas e pendências, que é um grande desperdício não fazer uso de uma ferramenta tão conveniente para lembrar delas.

Anotando com a voz no gravador de áudio

Muitos celulares têm possibilidade de gravar pequenos clips de áudio, e eles são muito úteis para anotar aquela ideia que surgiu no momento em que você não tem onde anotar - afinal, o celular está ali, sempre ao seu alcance.

Depois é só lembrar de transcrever para o lugar certo - a não ser que você esteja usando algum aplicativo como o Evernote, que pode ser o lugar certo para deixar a anotação, mesmo sem transcrição, pois ele lida bem com clips de áudio também.

Arquivos no bolso com o Dropbox

Lembrar de levar em um pen drive os arquivos da apresentação em grupo ou do trabalho que será discutido em classe é bom. Mas melhor ainda é tê-los também sempre disponíveis no smartphone, inclusive para uma última consulta no trajeto de ônibus até a escola - e é isso que o Dropbox (para iPhone, Android e Blackberry) oferece.

Já mencionei anteriormente que o Dropbox é ótimo para sincronizar arquivos entre computadores (com Windows, Mac ou Linux), porque ele cria uma pasta específica para isso no seu disco e disponibiliza aos demais computadores em que você o usa tudo o que você for gravando nela.

Uso o Dropbox nos computadores todos os dias, e tenho ele instalado no iPhone para emergências - uma consulta de última hora a uma apresentação, rever um documento, ou mesmo mandar um arquivo por e-mail para alguém no momento crucial.

Não é necessário ter aplicativos adicionais (estilo "*Office") para consultar esses textos e apresentações: o próprio Dropbox dá um jeito de exibir seu conteúdo. E nos casos em que você tem expectativa de não ter conexão à Internet onde quiser usar os arquivos no seu celular, é possível marcá-los como favoritos e o sistema se encarregará de gravar uma cópia local, sincronizando-a toda vez que você acessar o sistema e estiver on-line, e deixando visível no celular a versão mais recente mesmo offline.

Discrição é essencial

Seja sempre discreto! Mesmo quando o smartphone, o celular, o tablet e o notebook são bem recebidos pelos professores e colegas, isso nunca é desculpa para você atrapalhar o trabalho e a atenção de alguém.

Desligue sempre todos os sons, não estenda o fio do carregador pela sala, digite o mais silenciosamente possível, não fique chamando colegas para olhar o que você tem na tela e, se o que você tem na tela tiver grande potencial de distrair os colegas ao seu redor, considere a possibilidade de deixar para fazer depois.

Agora é com você!

Mal arranhei a superfície do que um smartphone pode fazer pelos estudantes, mas a lista de itens acima sintetiza o uso que faço do meu aparelho quando estou no papel de aluno.

Deixei de detalhar uma ferramenta que quase vale por todas as outras somadas: o navegador web de um smartphone conectado. Google, Wikipédia, sites com modelos, referências, exercícios, complementos e tudo o que você imaginar estão literalmente ao alcance dos seus dados na sala de aula e podem enriquecer muito as aulas e os exercícios, se bem usados.

Mas agora é sua vez : compartilhe conosco nos comentários os nomes das aplicações para smartphones e tablets que você usa (ou gostaria de usar) para aumentar sua produtividade escolar!

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